A noite na UTI simplesmente me parece uma nuvem cheia de visões.
As visões (kkkkk) começaram com dois rostos muito conhecidos e amados - minha mãe e minha prima Ana Angélica que apareceram e ficaram falando comigo, pelo tempo que me pareceu infindável e depois descobri que foram alguns minutos.
Sim, meus queridos, é isso mesmo, ficaram falando, falando, cuidando de mim, mandando as enfermeiras me agasalharem e nada de me contarem o que tinha acontecido.
Foram embora e continuei minha noite infindável, sem saber se era dia ou noite, sem ninguém conversar comigo, com oxigênio, uma sonda nasogástrica, uma sonda urinária e completamente dopada ( a cena devia ser deplorável - ainda bem que não existem fotos ).
As únicas coisas que lembro são da minha mãe e minha prima e da enfermeira colocando meias em meus pés e me cobrindo para eu não passar frio.
No que devia ser o período da manhã seguinte à operação, enfim, começaram a falar comigo (claro que as enfermeiras não nos contam nada - só fazem o que tem que fazer).
Me levantaram da cama, deram banho, refizeram os curativos - no corte (dezoito pontos - dos seios até o umbigo) e no dreno - dois canos enfiados no meu abdômen - super agradável..... mas extremamente necessário.
Me voltaram para a cama e fiquei quase pacientemente esperando o Dr. Fernando, que como sempre apareceu com todo o seu bom humor e sorriso lindo e foi logo dizendo : "Não aguento mais a Barbara (minha amiga, que vocês conhecerão depois) ela não para de me ligar querendo notícias suas." heheheh - ficamos sempre felizes quando os amigos se preocupam conosco.
Eu na verdade só queria saber o que tinha acontecido comigo e ele me contou que meu intestino ( que é uma coisa que se mexe dentro de nós ) tinha grudado na parede do abdômen ( na verdade em um hematoma que havia se formado anteriormente ) e feito um cotovelo que segurou todos os sucos gástricos, pancreáticos, bile e etc.
Esse cotovelo, segurando os líquidos forçou o local da operação (no intestino ) e soltou um grampinho, por onde esses sucos começaram a invadir meu abdômen e provocar aquela dor insana.
Diante do quadro ele tentou realizar a operação por vídeo, mas foi impossível, então abriu meu abdômen e fez o que tinha que ser feito, dando inclusive uma lavada geral para limpar o organismo dos ácidos estomacais, bile e suco pancreático.
Após essa explicação, me fez gravar uma mensagem no wathsapp para ele enviar para a Bárbara e me deu alta da UTI, me deixando ir para o quarto onde ficaria por quase uma semana e onde conheceria outra pessoa incrível, o Dr. André Pirajá... mas essa é outra história ....
PS.: quero aqui agradecer ao Dr. Fernando Leal Pereira pela colaboração neste Post.
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