Vida

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domingo, 31 de maio de 2015

NAQUELA MESA

Ao ler o título todos devem ter pensado que seria mais um post  sobre comida, mas na verdade é um texto sobre o meu pai.
Meu pai se foi há 8 anos e posso dizer que a saudade que sinto dele somente aumentou nesse período.
Normalmente falamos das pessoas que se foram no passado, mas vou pedir licença para vocês para falar do meu pai no tempo presente, pois ele está presente a cada dia da minha vida, me auxiliando e apoiando nas minhas decisões, me pegando no colo durante minhas tristezas e angústias, me forçando a sonhar sonhos possíveis e impossíveis.
O Zélão, como é conhecido por todos é uma pessoa fantástica sempre sonhando e fazendo as pessoas sonharem sonhos possíveis e impossíveis, sempre trabalhando para cuidar do sustento de seus queridos : minha mãe, eu e meu irmão, sempre pronto para estender a mão para aqueles que o procuram, sempre pronto para ter idéias para melhorar não só o seu mundo, mas também o mundo de todos.
Meu pai me ensina a cada dia que a gratidão é uma das melhores qualidades que o ser humano pode ter e eu procuro levar isso como meu lema.
Meu pai me ensina que perdoar é algo que devemos fazer para que nosso dia-a-dia fique muito melhor.
Meu pai é a pessoa que me ensina que a mágoa serve apenas para nos deixar doente.
Meu pai, principalmente, é a pessoa que me ensina a confiar incondicionalmente no próximo, pois não importa se ele está nos fazendo bem ou mal no fim aquela atitude, se você agir da forma certa, vai te fazer crescer como ser humano.
Tem uma música que sempre que ouço me lembro dele com alegria e carinho e foi dela que tirei o título deste post.
O Zélão é um homem de mesas, mesas de escritório, mesas de jantares, mesas de barzinhos, mesas fartas de comidas e de idéias, mesas onde podemos sentar e conversar sobre qualquer assunto, pois nada o deixa magoado, nada o deixa estupefato, ele é um homem destituído de preconceitos e que aceita as outras pessoas exatamente como elas são e só sei de uma coisa que ele não suporta: ele não suporta que gritem com ele ( o que não deixa de ser engraçado, pois ele é surdo ), pois todo o resto do amor à traição, da verdade à mentira ele sempre vai ter certeza que a pessoa tem uma boa razão para estar agindo daquela forma e antes de julgar vai tentar compreender o que está acontecendo.
Enfim, o Zélão, esse homem que tentei aqui descrever para vocês é o meu pai, que foi embora muito cedo, mas que no tempo que tive a honra que estar em sua companhia me deu o seu melhor: SUA SABEDORIA!!!!
Zélão, que com certeza está neste momento muito feliz por toda essa transformação que sua filha está passando e que do lugar onde está, está abençoando cada passo e cada pessoa que esta me auxiliando.
Pai, obrigada a você por eu ser quem eu sou .....

Naquela Mesa
Naquela mesa ele sentava sempre
E me dizia sempre o que é viver melhor
Naquela mesa ele contava histórias
Que hoje na memória eu guardo e sei de cor
Naquela mesa ele juntava gente
E contava contente o que fez de manhã
E nos seus olhos era tanto brilho
Que mais que seu filho
Eu fiquei seu fã
Eu não sabia que doía tanto
Uma mesa num canto, uma casa e um jardim
Se eu soubesse o quanto dói a vida
Essa dor tão doída não doía assim
Agora resta uma mesa na sala
E hoje ninguém mais fala do seu bandolim
Naquela mesa tá faltando ele
E a saudade dele tá doendo em mim
Naquela mesa tá faltando ele
E a saudade dele tá doendo em mim
E a saudade dele sempre bate em mim .... 

segunda-feira, 25 de maio de 2015

A MÁGICA DA CIRURGIA

( participação Dr. Fernando Leal Pereira)
Atualmente existem mais e mais pessoas se submetendo à cirurgia bariátrica e realmente existem algumas que acham que depois da cirurgia tudo acontece como mágica e essa não é bem a verdade.
Lembro que há oito anos atrás, quando minha prima fez a cirurgia ainda existia um medo muito grande por parte de todos, pois essa cirurgia era considerada extremamente perigosa e o pós-operatório algo encarado como completamente insano, coisa de doido.
Mas o tempo foi passando, as pessoas foram encarando a cirurgia como um tratamento extremamente válido e assim mais e mais pessoas tem se submetido ao procedimento.
Existem vários tipos de cirurgia, que não vem ao caso explicar aqui, mas quem quiser saber é só acessar o site :
Eu fiz a cirurgia “Bypass Gástrico, Derivação Gástrica em Y de Roux” cujo procedimento pode ser assistido no link : 
Bom pequenas elucidações à parte, o que importa nesse momento é que as pessoas saibam que a cirurgia bariátrica, seja ela qual for, não faz milagres ela é sim um instrumento muito forte para nos ajudar a alcançar nossas metas.
É importante também as pessoas saberem que se não houver uma mudança radical de vida a cirurgia vai simplesmente ser jogada no lixo e a pessoa vai voltar a engordar e vamos ser sincero, a culpa não é que a cirurgia escolhida foi a errada, não é do médico e não é da equipe multidisciplinar que nos acompanha ( ou deveria acompanhar a todos os operados) e sim a culpa é única e exclusiva da pessoa que se submeteu a cirurgia e não modificou sua maneira de pensar e de ver a vida.
As pessoas costumam dizer que nós operamos o estômago e não a cabeça, apesar de ser verdade eu penso que devemos modificar essa afirmação, devemos operar a cabeça antes de operar o estômago, ou seja, quando operamos o físico devemos estar preparados para as mudanças que nos serão exigidas, tanto no campo físico quanto no emocional.
Eu por exemplo já comecei o tratamento psicológico e exercícios físicos antes da cirurgia e depois dela só os intensifiquei.
Outro dia estava aqui em casa escrevendo outro artigo e fiquei pensando como deve ser isso na cabeça dos cirurgiões e como só conheço um mandei um e-mail para o Dr. Fernando Leal Pereira com a seguinte pergunta:
"Eu fico escrevendo e do nada vem algumas dúvidas.
Quando um cliente chega no meu escritório eu consigo visualizar todo o procedimento e o processo que está na minha frente e ai fiquei pensando:
Quando a gente chega no seu consultório, gordas, doentes e com esperança, o que passa na sua cabeça? Você fica imaginando como será o final dessa história?
'Como se processa isso?"
E a resposta dele foi:
"Cada vez mais eu tento não adivinhar.
Antes eu ia muito longe.
Hoje o imediatismo global, fez com que houvesse uma banalização da cirurgia, ou seja, são poucas as pessoas que realmente chegam “preparadas” para a NOVA vida.
Ultimamente tenho feito uma consulta diferente. Se a paciente tem um peso daqueles não tão significativo e com historia relativamente recente de obesidade, estendo minha consulta para convencê-la que ela não toma nenhum medicamento e que ela engordou a pouco mais de dois anos e que ela deveria tentar assumir as rédeas da vida novamente ao invés de correr riscos e ter que tomar vitamina o resto da vida. Já consegui reverter uns 25% das pacientes só esse ano. Fico bem feliz com isso.
Sou muito adepto à frases de cirurgiões antigos e aqui cabe mais uma delas: O cirurgião demora 10 anos para aprender a operar, outros 5 para aprender re-operar e outros 5 para aprender a não operar. Encontro-me nessa fase.
Mas tem umas sim, bato o olho e já viajo em como ficará em 1 ano - é muito legal isso também!"
É por essas e outras que digo que devemos antes de pensar na cirurgia, pensar em nós mesmos como pessoas em franco crescimento e dispostos a modificar integralmente nossas vidas e na cirurgia como um instrumento poderoso de modificação, mas nunca um milagre que está ao alcance de nossas mãos.
Para finalizar, agradeço ao Dr. Fernando por sua sensibilidade, generosidade, posicionamento ético e por ter escrito este artigo comigo. Obrigada.....

quarta-feira, 20 de maio de 2015

O OBESO, O EX-OBESO E A TEORIA DA RELATIVIDADE

Lendo o título deste post vocês devem estar pensando que enlouqueci de vez, mas provarei que na verdade a Teoria da Relatividade tem tudo a ver com nós que sofremos essa drástica transformação tanto corporal como psíquica.

Uma das maiores dificuldades que o obeso enfrenta na sua vida é o tamanho das coisas, sim tudo para nós no período obeso, por maior que seja, é pequeno.

  • Os cobertores, preferimos os tamanho King.
  • As cadeiras de preferência sem braços para que possamos sentar mais confortavelmente sem nada nos cutucando.
  • Andar de ônibus é um verdadeiro suplício, pois as poltronas são pequenas e o espaço entre elas é minúsculo para que nossas grossas pernas possam se acomodar.
  • Cinema, pensamos várias vezes antes de encarar, pois assistir um filme sentada de lado não é nada agradável.
  • Nossas camas são de preferência cama de casal ou king, para que nossos corpos possam relaxar sem medo de cair no chão.
  • Roupas então, um verdadeiro suplício, já que precisamos frequentar lojas que vendem roupas de tamanhos “especiais” cujos preços são mais especiais ainda.
  • Restaurantes, preferimos os self-service,  pois poderemos comer à vontade por um preço razoável para nossos parâmetros, já que os “por quilo” e “a la carte” sempre ficam mais caros.

Ai, de repente, não mais que de repente resolvemos nos submeter a uma cirurgia que mudará dentre outras coisas a nossa visão do mundo.

O emagrecimento rápido ao qual somos submetidos – 39 kilos em  7 meses – nos faz enxergar o mundo de uma forma completamente diferente e então começamos a pensar da seguinte forma:
  • Os cobertores de repente ficam muito grandes e desconfortáveis e começamos a procurar pela casa cobertores de tamanho menor, para podermos dormir sem nos enrolarmos inteiro neles.
  • As cadeiras podem ter o braço que quiserem porque agora cabemos em qualquer uma delas.
  • Andar de ônibus passa a ser um prazer, pois  tanto as poltronas quanto os espaços são mais que suficientes para ficarmos confortáveis. Não falo de avião, pois este mesmo para os magrelos continua sendo um suplicio....
  • Cinema, queremos de uma hora para outra assistir a todos os filmes que estão em carta.
  • Nossas camas ficam imensas e portanto muito mais confortáveis, pois só um doido prefere uma cama pequena a uma cama enorme....
  • Quanto às roupas o suplício passa a ser outro, em toda loja que você entra existe roupas que cabem em você e exatamente do preço que cabe no seu bolso e então se você não tomar cuidado sua conta do cartão de crédito vai para os céus.
  • Já os Restaurantes, no dia-a-dia só queremos os “por quilo” pois qualquer outro vai ficar muito caro para o pouco que você come .... Uma das melhores sensações é você colocar a comida no prato, pesar e verificar que o seu prato nunca ultrapassa os 0,200 gramas e provavelmente vai sobrar comida no prato.

E é por essas e outras que me lembro de Albert Einstein e sua teoria – pois realmente tudo nesse mundo é relativo – o que era pequeno ficou grande, o que era apertado ficou largo e isso sem contar o centro de gravidade, mas essa história vai ficar para outra hora .....

Não falei que Einstein tinha tudo a ver conosco, pois é TUDO NESSA VIDA É RELATIVO .....

terça-feira, 12 de maio de 2015

UMA PAUSA PARA UM DIA ESPECIAL

Hoje fiquei o dia todo com este post na cabeça, me martelando perguntando se não ia escrever nada, como se ele tivesse vida própria.

Depois de passar o dia todo pensando sobre isso, só agora me sobrou um tempinho para falar do dia de hoje.

O que tem de importante nesse dia é o seguinte: Há exatos 5 meses atrás eu estava sendo submetida à operação bariátrica.

Exatamente, hoje eu e meu estomaguinho ( como o chamo carinhosamente) estamos fazendo aniversário e nos rejubilando com essa nova e serena convivência.


Exatamente isso nesses cinco meses nos demos muito bem, todos os alimentos que experimentei ( desse todos existe claro uma exceção – bebidas com gás ) foram bem aceitos por meu pequeno estomago e, portanto a única coisa que mudou na minha vida foi a quantidade comida ingerida.


É verdade que a qualidade também mudou, pois agora tenho uma alimentação mais balanceada, que está sendo monitora pela Patrícia Zacharias – uma super nutricionista que tem me acompanhado desde antes da operação e vem adequando a alimentação exatamente às minhas necessidades.


Nesses cinco meses fui a festas de criança – de aniversário – de casamento, churrascos, bares, restaurantes e sempre, sempre mesmo me sai muito bem, sem comer e beber exageradamente e sem passar mal nenhuma vez.


Além da mudança na alimentação, nesses cinco meses tenho me redescoberto a cada dia, descobrindo sonhos que estavam adormecidos, novas vontades, novos sonhos e por fim tenho adorado escrever esses artigos e é claro essas mudanças estão sendo acompanhadas de perto pelas psicólogas Lea Maria Vieira e Maria Olivia Belfort.


Os artigos que  vocês lêem nesse blog estão também sendo publicados no Jornal Interativo, então após a cirurgia descobri mais essa faceta – sou uma escritora, blogueira e colunista de jornal – gente é ou não é para eu me sentir o máximo?


Apesar de, por diversas vezes, me sentir o máximo eu também me esforço para diariamente estourar os balões do ego que me levam às alturas e volto para o chão, onde sei claramente que cada sucesso vem acompanhado de muita responsabilidade.


Tenho que ter responsabilidade no que escrevo, pois outras pessoas podem se espelhar na minha experiência para decidir sobre o que fazer em relação à sua condição física.


Tenho que ter responsabilidade para não relaxar com minha alimentação e jogar todo esse sacrifício fora, entrando novamente no ciclo da engorda.


Tenho que ter responsabilidade para não deixar que os elogios sobre o meu novo corpo me levem a um patamar de excessos, dessa vez ao contrário, emagrecendo além do necessário para o meu limite corporal.


Portanto, mesmo sendo uma pessoa que adora aniversários e o de hoje é muito, muito importante, tento manter meus pés no chão em respeito a mim, à minha mãe, aos meus parentes, e principalmente a todos os profissionais que me ajudaram até este momento.


E portanto, como não me canso de agradecer, aqui vão mais alguns: MUITO OBRIGADA :

Dr. Fernando Leal Pereira ( cirurgião e anjo da guarda), Dr. Portelinha ( infectologista e super médico que me atendeu num momento bem difícil), Dr. André Pirajá ( Infectologista e outro anjo que foi colocado no meu caminho), Patrícia Zacharias ( Nutricionista – uma pessoa fantástica), Maria Olivia Belfort e Lea Maria Vieira (Psicóloga – queridas e que me ajudam a fixar meus pés na realidade), Kinha Auriema ( minha personal hair) que me ajuda a manter minha auto estiva elevada com a sua competência ao cuidar dos meu cabelos, que caem alucinadamente, Equipe da Cirurgia, UTI e Enfermagem do Hospital Nossa Senhora das Graças, Equipe da Cirurgia, UTI, Enfermagem e Pronto Socorro do Hospital Iamada, por todo o carinho, atenção e competência com que sempre me trataram.

Obrigada, Mãe, Paulo Sérgio, Tia Lola, Angela, Angélica, Neno, Tio Célio, Ana Laura, Aléxia, Thales e João Pedro por todo o carinho e atenção que me foram despendidos no período pós-cirúrgico.


Obrigada a todos os amigos e amigas que se preocuparam e rezaram por minha recuperação e obrigada de coração ao pessoal do Centro Espírita André Luis que cuidaram de mim durante todo esse processo.

domingo, 10 de maio de 2015

RENASCIMENTO - 1

Já contei para vocês várias passagens – um pouco da minha briga com a balança ( Pequena História de Vida), minha operação bariátrica – a infecção ( Operação Bariátrica), a segunda operação ( Aderências), enfim sentimentos e acontecimentos especialmente dolorosos e marcantes.

Como todo mundo sabe, tudo passa e após a cirurgia bariátrica e antes da segunda operação eu tive um período em que achei que estava tudo sob controle, vamos a esse período.


No dia 10 de janeiro de 2015 fui no retorno médico de 1 mês após a cirurgia bariátrica e neste dia tive alta e o Dr. Fernando me intimou a voltar fazer exercícios e ficou combinado que eu faria: natação 3 vezes por semana, hidroginástica outras 2 vezes por semana e academia ( aparelhos) pelo menos 3 vezes por semana.


Sendo sócia de um clube perto da minha casa ( ABD – Dracena) eu fui fazer todos os exercícios neste clube.


De segunda e quarta-feira fazia hidroginástica, de terça – quinta e sábado fazia natação ( os dois no final tarde ) e de terça a sexta-feira fazia academia ( bem de manhãzinha ).


Preciso nesse ponto contar que antes da operação eu abominava qualquer exercício que não fosse a natação, academia - nem pensar – de manhã então era abominável, pois nunca dormia antes da 1:00H da manhã e só acordava depois das 8:30 – tendo que ir direto para o escritório.


Acontece que após a cirurgia, durante o período de recuperação meus horários se modificaram radicalmente.


Comecei a dormir por volta das 21:00H e em consequência acordava por volta das 6:00H e eu mantive esse horário após a alta médica e aproveitei para iniciar meu exercícios.


Vou falar, foi um dos melhores meses da minha vida, já acordava bem disposta e ia para a academia com o Professor Alex e ficava por volta de 30 min. puxando ferro ( praticamente sem peso), descobrindo um novo prazer em ver minha musculatura voltando para mim.


Porque a musculatura voltando? porque no pós-cirúrgico  o emagrecimento é muito rápido e perdemos muita massa muscular, tendo a impressão que nunca mais teríamos um músculo sequer no corpo.


Após a academia eu dava um mergulho, nadando por uns 15 minutinhos, tomava banho e ia para o escritório.


No final da tarde voltava, ou para a hidroginástica com a Claudia Becegatto ou natação com Carlinhos Santili, esse último meu exercício favorito longe dos demais.


Na natação ( que era o único exercício que eu fazia antes de operar) achei que fosse demorar para eu chegar na marca que eu fazia antes da operação, mas já na segunda semana estava nadando mais de 1.000 metros em 50 minutos.


Eu estava muito feliz, com meus exercícios, meu emagrecimento o renascimento acontecia a olhos vistos.


Essa alegria toda durou até o dia 12 de fevereiro, dia que nadei 1.450 metros em 50 minutos, sai da natação e fui até o Mochileiros ( um restaurante em Dracena que eu amo) e voltei para casa, onde escrevi dois posts desse blog e dormi até 01:30H da manhã, horário em que acordei chorando de dor, indo parar no hospital e tendo que me submeter à segunda cirurgia ( história devidamente narrada nos tópicos de ADERÊNCIAS).


Enfim, hoje estou ainda em recuperação da segunda cirurgia e me adaptando à nova vida, esperando ansiosamente pela alta médica para voltar às minhas atividades físicas, já planejando fazer – natação, hidroginástica, academia e quem sabe ( se meu esporão deixar) uma corridinha básica com minhas primas – Simone e Angela.


Bom veremos, assim que acontecer conto tudo pra vocês .....


Beijos e uma semana gloriosa a todos .....

quarta-feira, 6 de maio de 2015

OPERAÇÃO BARIÁTRICA - PARTE 5 ( Um Hematoma Inconveniente )

Antes de começar a contar a história propriamente dita vou compartilhar com vocês uma coisa muito legal que ocorreu após o emagrecimento : sabem uma coisa que é impossível para o obeso?  Escrever com o notebook no colo ( porque a barriga toma o espaço todo do colo ) e hoje eu estou fazendo exatamente isso, escrevendo esse post com o meu Notebook no colo. #felizcomonotebooknocolo .....

Bem vamos lá, história nova, no último post eu contei para vocês como foram meus primeiros 15 dias, meus gostos e intolerâncias e quando eu finalmente consegui ingerir a sopinha salgada e achei que tudo ia começar a voltar ao normal ela veio.

Ela quem vocês devem estar se perguntando ... Ela a FEBRE - sim, no dia 27 de dezembro - sábado - por volta das 16:00 horas estava me sentindo pior do que o de costume, ou seja mais cansada - porque não tive uma dorzinha sequer - e resolvi medir minha temperatura. 

BINGO - 38,5º - febre alta.

Imediatamente peguei meu celular para contactar o Dr. Fernando Leal Pereira ( meu cirurgião) pelo WathsApp e lá foi a notícia - Estou com 38,5º de febre.

A resposta veio logo - "Remédio e aguardar para ver se abaixa".

Duas horas depois a temperatura continuava no mesmo patamar e novamente um WathsApp - "temperatura igual anterior" e ai meu telefone tocou imediatamente e claro era o Dr. Fernando que após uma breve conversa mandou que eu fosse para Presidente Prudente  que ele estaria me esperando às 7:00H no hospital.

A noite foi horrível, mas passou e no dia seguinte na hora marcada estávamos eu, minha mãe, a Angela ( minha prima) e o Dr. Fernando no hospital.

Assim que me viu ele veio ao meu encontro e para meu espanto e satisfação a primeira pergunta foi : "Cadê a sua mãe?" e foi imediatamente até ela, a abraçou e acalmou vindo cuidar de mim logo em seguida.

Fui internada, o Dr. Fernando chamou um infectologista - Dr. Portelinha e os dois ficaram em torno de mim o dia inteiro.

Logo que cheguei ao quarto o Fernando veio, avisou que tinha uns alunos esperando e que me veria assim que a tomografia estivesse pronta.

Eu que já tinha me acalmado, estava tranquilamente no quarto onde tiraram sangue para exames e logo vieram com o contraste, via oral, que tomei e fui levada para a tomografia ( a primeira, mas não a última da minha vida  - leiam Aderências ...)

Estava eu na tomografia, as enfermeiras me colocando o contraste na veia quando alguém surge do meu lado - sim surge, porque não sei de onde veio ... kkkkk ... e claro era meu médico o Dr. Fernando, que não aguentando veio ver como estavam indo as coisas.

Enfim, não sei o que ele fez nesse dia, mas de pouco em pouco ele estava comigo, deixando minha prima que não o conhecia encantada com ele também.....

Sim, vocês não acreditam o que esse homem cuida de seus pacientes, com carinho, dedicação e verdadeiro amor por sua profissão.

Bem, o dia acabou, descobriram que um hematoma que havia sobrado daquela hemorragia havia infeccionado e me prescreveram dois antibióticos diferentes, que abrangeria uma gama enorme de bactérias, já que uma cultura para ver qual era a bactéria presente seria inviável pela demora.

No final de tudo o Dr. Fernando me disse que sairia de viagem na madrugada do domingo para segunda-feira e que passaria uns 10 dias fora, mas queria que eu enviasse todos os dias um relatório com temperatura, como eu estava passando enfim notícias e eu fiz exatamente isso, atormentei as pequenas férias do meu médico em tempo integral .....

Enfim, depois dessa infecção debelada eu melhorei incrivelmente, com a ajuda de suco de laranja com acerola e sopinha salgada ( que o Fernando me fez prometer que ia tomar algumas vezes por dia aquela quantidade imensa de 50 ml....)

E aí começou a minha nova vida, e fevereiro foi um mês incrível, como contarei no próximo post....

Beijos a todos .... e obrigada por estarem lendo minhas histórias ....

segunda-feira, 4 de maio de 2015

OPERAÇÃO BARIÁTRICA - PARTE 4 ( Dieta Líquida)

Após a operação e aquele fatídico sábado eu fiquei internada até segunda feira, quando tive alta e pude vir para minha casa.

Ai começa uma fase em que algumas pessoas chegam perto de enlouquecer, mas comigo foi relativamente tranquila.

Nessa fase temos uma dieta insana, na primeira semana temos que tomar um copinho de café ( 50 ml) de líquido a cada 30 minutos.

Eu tinha um arsenal de líquidos diferentes na minha geladeira - gatorade de vários sabores, água de coco, água, sucos naturais ( peneirados e coados) principalmente de melão e melancia e ainda tinha  que tomar o caldo em que havia cozinhado legumes.

Tudo que era doce eu conseguia engolir, mas o tal caldinho de legumes era uma verdadeira tortura, só o cheiro me dava ânsias homéricas ...

Minha mãe, minha tia Lola e minhas primas não saiam do meu pé dizendo que eu tinha que comer ( tomar ) alguma coisa salgada, mas aquele caldo não descia de jeito nenhum...

Além da alimentação precária ainda tinha que usar uma meia mega hiper apertada, uma cinta tão apertada quanto a meia e andar, andar muito para não dar gases, para não dar trombose, para me mexer e tudo que eu queria era ficar na cama, pois não tinha forças para nada.

Andar nunca foi meu exercício favorito, se é que existia algum exercício favorito antes da operação, e de repente eu tinha que me esforçar e andar o máximo que conseguisse e agora vou confessar ( desculpa Dr. Fernando) que andei muito pouco, fiz muita manha e dou Graças aos Céus que nada tenha me acontecido.

Mas gente, é verdade, eu não tinha forças para nada, andava 50 metros e já ficava tonta, doida pra voltar para a cama, mas não aconselho ninguém a fazer o mesmo, pois andar é muito importante no pós-operatório.

Ai começa a 2ª semana e a única mudança é naquela aguinha salgada, porque podemos bater tudo no liquidificador e coar bem coadinho para não sobrar nenhum pedacinho .... e mesmo assim eu nao conseguia engolir nada e todo mundo continuava me dizendo que eu ia ficar muito, muito fraca por falta e sal.

A aversão ao sal era tão grande que minha Tia ameaçava me fazer engolir a força, mesmo que colocasse tudo para fora e ainda bem que ela nunca cumpriu as ameaças.

Para vocês terem uma ideia de como era complicado esse negócio de comida salgada na Noite de Natal nós ( eu e minha mãe) íamos na casa da minha prima Erileine junto com toda a família e minha mãe ficou encarregada de fazer as saladas.

Quando as saladas ficaram prontas minha mãe me chamou para ver se estavam bonitas e assim que senti o cheiro da couve-flor as ânsias voltaram e voltei rapidinho para o meu quarto.

Conclusão, minha mãe ligou para minha prima e pediu para virem buscar as saladas, pois diante da minha reação a uma simples salada ficou claro que não aguentaria os cheiros dos Assados Natalinos ...... e assim passamos a Noite de Natal quietinhas em casa.

Logo conto como voltei a comer comida salgada .....


sábado, 2 de maio de 2015

DE LAGARTA À BORBOLETA

Sempre pensei no processo de emagrecimento como uma transformação tipo Gata Borralheira - Cinderela, mas agora que estou passando por ele minha visão mudou um bocadinho.

Eu já vinha pensando que essa alegoria não era a mais adequada, mas não conseguia achar outra que fizesse sentido, até que no Depoimento do Dr. Fernando ( último post publicado) ele cita que entre os médicos eles chamam a Operação Bariátrica de Operação Borboleta.

E então um luz se acendeu encima da minha cabeça ( lembram do Professor Pardal ????) e tudo ficou claro - o que fazemos é passar por uma metamorfose.

Começamos como uma Lagarta - e é verdade, pensem bem, enquanto estamos gordos estamos nos escondendo atrás de nossa gordura, roupas largas, extrema simpatia, nos escondendo de nós mesmos e da sociedade, tentando nos fazer invisíveis para não sermos engolidos pela industria da beleza e comendo alucinadamente para manter este status do jeito que está.

A Lagarta faz exatamente o mesmo - fica escondida atras das folhas para não ser engolida por seus predadores e vai comendo, comendo, comendo até virar um casulo.

Quando chegamos no limite de nossas forças tanto em peso quanto na saúde a nossa tendência é virarmos ou nos comportarmos como casulos.

Sim casulos, ficamos em casa, quietos, na frente da TV ou do computador, sem vontade de fazer nada e de ver ninguém, ou melhor querendo que ninguém nos veja, mesmo levantar para trabalhar é um grande esforço.

Nesse período estamos prontos para ficarmos doentes, depressivos, tristes e irmos nos encolhendo mais dentro de nós mesmos, ou seja, verdadeiros casulos.

Ai, um belo dia arrumados um motivo, que provavelmente será só a desculpa que utilizaremos - doença, dores, não achar roupa que serve ou outro qualquer, quando na verdade só queremos sair de nosso casulo e viver novamente, gostando de sermos olhados e admirados, tomamos enfim a decisão de operar do estômago e ai começa uma outra vida.

Em primeiro lugar a escolha do médico, nesse quesito tive muita sorte - fui a apenas um médico - Dr. Fernando Leal Pereira e decidi logo que ele seria meu cirurgião.

Após a escolha do médico, precisamos de laudos de psicólogo, nutricionista, endocrinologista, psiquiatra, cardiologista, pneumologista e endoscopia ( para constatar que o estômago é saudável).

Com os laudos positivos na mão a cirurgia é marcada e nossa nova vida começa.

Para a borboleta surgir do casulo não é um processo fácil, muito pelo contrário é cansativo, doloroso e solitário, pois se alguém ajudá-la a abrir as asas o processo é interrompido e ela morre sem voar, se arrastando no chão.

Conosco, não se enganem, o processo não é mágico e é também cansativo, doloroso e solitário.

Cansativo porque são exigidas forças que nem imaginamos que tínhamos, pois é necessário usar nossas energias armazenadas para continuar vivendo, já que por no mínimo 15 dias vivemos de líquidos - 1 copinho de café (50 ml) a cada 30 minutos ( gatorade, água de coco, água, suco coado e peneirado).

Cansativo porque nós nunca fizemos exercícios físicos e somos compelidos a exercícios aeróbicos e anaeróbicos para que no final sobre o mínimo de pele possível para ser tirada nas cirurgias plásticas reparadoras.

Dolorido, tanto física como psicologicamente.

Físico porque é uma cirurgia e a recuperação é lenta e também porque com os exercícios que não estamos acostumados são descobertos músculos que nunca antes imaginamos existir.

Psicologicamente porque não podemos mais atacar a geladeira ao menor sinal de ansiedade, tristeza, alegria, muito amor, falta de amor, cansaço, tédio, etc .... porque acreditem, para nós gordos, tudo é motivo para atacar a geladeira e devorar cada pedacinho de comida que tiver ali dentro e após a cirurgia qualquer atitude nesse sentido nos provoca um mal estar enorme.

Ainda psicologicamente, porque com o emagrecimento ficamos muito, muito felizes mas ao mesmo tempo ao olhar no espelho não reconhecemos aquela figura como sendo nós mesmos e isso sem contar que pessoas que sempre foram seus conhecidos de repente não te reconhecem.

Doloroso, ainda, porque nessa fase o Corpo emagrece muito mais rápido que a Cabeça ( que necessita que tratamento psicológico para emagrecer).

E falta falar do processo solitário, sim extremamente solitário, apesar das pessoas que te amam e da equipe multidisciplinar fazerem tudo para melhorar a sua vida o processo continua solitário, pois só nós sabemos como é difícil  resistir a um ataque à geladeira, a um doce maravilhoso ou até mesmo a uma simples bolachinha ..... 

Solitário porque por mais que as pessoas tentem nos ajudar ninguém pode passar por nossas experiências e temos que passar passo por passo e aguentar dia a dia, utilizando nossa vontade de triunfar, nosso foco nas instruções, e a nossa fé em Deus e em nós mesmos....

Mas, após todo esse período o que interessa é que a Metamorfose acontece e nós viramos verdadeiras Borboletas.
E quando viramos Borboletas não queremos mais ficar escondidas queremos sim nos mostrar para o mundo e tudo fica mais fácil.

Sair para passear não é mais um processo que exige um esforço enorme, pois qualquer roupa que colocamos fica bem e mais importante encontramos roupas para comprar em qualquer loja que entremos.

Trabalhar fica bem mais fácil, pois nos cansamos muito menos, principalmente pessoas como eu que não ficam somente paradas em um escritório, mas precisam ir visitar clientes, ir a Fóruns, órgãos governamentais e etc ....

Na verdade no final do Processo de Metamorfose queremos mesmo é ficar borboleteando de flor em flor, aproveitando para voar livres para onde quisermos.