( participação Dr. Fernando Leal Pereira)
Atualmente existem mais e mais pessoas se
submetendo à cirurgia bariátrica e realmente existem algumas que acham que
depois da cirurgia tudo acontece como mágica e essa não é bem a verdade.
Lembro que há oito anos atrás, quando minha
prima fez a cirurgia ainda existia um medo muito grande por parte de todos,
pois essa cirurgia era considerada extremamente perigosa e o pós-operatório
algo encarado como completamente insano, coisa de doido.
Mas o tempo foi passando, as pessoas foram
encarando a cirurgia como um tratamento extremamente válido e assim mais e mais
pessoas tem se submetido ao procedimento.
Existem vários tipos de cirurgia, que não vem ao caso explicar aqui, mas quem quiser saber é só acessar o site :
Existem vários tipos de cirurgia, que não vem ao caso explicar aqui, mas quem quiser saber é só acessar o site :
Eu fiz a cirurgia “Bypass Gástrico, Derivação
Gástrica em Y de Roux” cujo procedimento pode ser assistido no link :
Bom pequenas elucidações à parte, o que importa
nesse momento é que as pessoas saibam que a cirurgia bariátrica, seja ela qual
for, não faz milagres ela é sim um instrumento muito forte para nos ajudar a
alcançar nossas metas.
É importante também as pessoas saberem que se
não houver uma mudança radical de vida a cirurgia vai simplesmente ser jogada
no lixo e a pessoa vai voltar a engordar e vamos ser sincero, a culpa não é que
a cirurgia escolhida foi a errada, não é do médico e não é da equipe
multidisciplinar que nos acompanha ( ou deveria acompanhar a todos os operados)
e sim a culpa é única e exclusiva da pessoa que se submeteu a cirurgia e não modificou
sua maneira de pensar e de ver a vida.
As pessoas costumam dizer que nós operamos o
estômago e não a cabeça, apesar de ser verdade eu penso que devemos modificar
essa afirmação, devemos operar a cabeça antes de operar o estômago, ou seja,
quando operamos o físico devemos estar preparados para as mudanças que nos
serão exigidas, tanto no campo físico quanto no emocional.
Eu por exemplo já comecei o tratamento
psicológico e exercícios físicos antes da cirurgia e depois dela só os
intensifiquei.
Outro dia estava aqui em casa escrevendo outro
artigo e fiquei pensando como deve ser isso na cabeça dos cirurgiões e como só
conheço um mandei um e-mail para o Dr. Fernando Leal Pereira com a seguinte
pergunta:
"Eu fico escrevendo e do nada vem algumas
dúvidas.
Quando um cliente chega no meu
escritório eu consigo visualizar todo o procedimento e o processo que está na
minha frente e ai fiquei pensando:
Quando a gente chega no seu consultório,
gordas, doentes e com esperança, o que passa na sua cabeça? Você fica imaginando
como será o final dessa história?
'Como se processa isso?"
E a resposta dele foi:
"Cada
vez mais eu tento não adivinhar.
Antes
eu ia muito longe.
Hoje
o imediatismo global, fez com que houvesse uma banalização da cirurgia, ou
seja, são poucas as pessoas que realmente chegam “preparadas” para a NOVA vida.
Ultimamente
tenho feito uma consulta diferente. Se a paciente tem um peso daqueles não tão
significativo e com historia relativamente recente de obesidade, estendo minha
consulta para convencê-la que ela não toma nenhum medicamento e que ela
engordou a pouco mais de dois anos e que ela deveria tentar assumir as rédeas
da vida novamente ao invés de correr riscos e ter que tomar vitamina o resto da
vida. Já consegui reverter uns 25% das pacientes só esse ano. Fico bem feliz
com isso.
Sou
muito adepto à frases de cirurgiões antigos e aqui cabe mais uma delas: O
cirurgião demora 10 anos para aprender a operar, outros 5 para aprender
re-operar e outros 5 para aprender a não operar. Encontro-me nessa fase.
Mas
tem umas sim, bato o olho e já viajo em como ficará em 1 ano - é muito legal
isso também!"
É por essas e outras que digo que devemos antes de
pensar na cirurgia, pensar em nós mesmos como pessoas em franco crescimento e
dispostos a modificar integralmente nossas vidas e na cirurgia como um
instrumento poderoso de modificação, mas nunca um milagre que está ao alcance
de nossas mãos.
Para finalizar, agradeço ao Dr. Fernando por sua
sensibilidade, generosidade, posicionamento ético e por ter escrito este artigo
comigo. Obrigada.....
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