Vida

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segunda-feira, 25 de maio de 2015

A MÁGICA DA CIRURGIA

( participação Dr. Fernando Leal Pereira)
Atualmente existem mais e mais pessoas se submetendo à cirurgia bariátrica e realmente existem algumas que acham que depois da cirurgia tudo acontece como mágica e essa não é bem a verdade.
Lembro que há oito anos atrás, quando minha prima fez a cirurgia ainda existia um medo muito grande por parte de todos, pois essa cirurgia era considerada extremamente perigosa e o pós-operatório algo encarado como completamente insano, coisa de doido.
Mas o tempo foi passando, as pessoas foram encarando a cirurgia como um tratamento extremamente válido e assim mais e mais pessoas tem se submetido ao procedimento.
Existem vários tipos de cirurgia, que não vem ao caso explicar aqui, mas quem quiser saber é só acessar o site :
Eu fiz a cirurgia “Bypass Gástrico, Derivação Gástrica em Y de Roux” cujo procedimento pode ser assistido no link : 
Bom pequenas elucidações à parte, o que importa nesse momento é que as pessoas saibam que a cirurgia bariátrica, seja ela qual for, não faz milagres ela é sim um instrumento muito forte para nos ajudar a alcançar nossas metas.
É importante também as pessoas saberem que se não houver uma mudança radical de vida a cirurgia vai simplesmente ser jogada no lixo e a pessoa vai voltar a engordar e vamos ser sincero, a culpa não é que a cirurgia escolhida foi a errada, não é do médico e não é da equipe multidisciplinar que nos acompanha ( ou deveria acompanhar a todos os operados) e sim a culpa é única e exclusiva da pessoa que se submeteu a cirurgia e não modificou sua maneira de pensar e de ver a vida.
As pessoas costumam dizer que nós operamos o estômago e não a cabeça, apesar de ser verdade eu penso que devemos modificar essa afirmação, devemos operar a cabeça antes de operar o estômago, ou seja, quando operamos o físico devemos estar preparados para as mudanças que nos serão exigidas, tanto no campo físico quanto no emocional.
Eu por exemplo já comecei o tratamento psicológico e exercícios físicos antes da cirurgia e depois dela só os intensifiquei.
Outro dia estava aqui em casa escrevendo outro artigo e fiquei pensando como deve ser isso na cabeça dos cirurgiões e como só conheço um mandei um e-mail para o Dr. Fernando Leal Pereira com a seguinte pergunta:
"Eu fico escrevendo e do nada vem algumas dúvidas.
Quando um cliente chega no meu escritório eu consigo visualizar todo o procedimento e o processo que está na minha frente e ai fiquei pensando:
Quando a gente chega no seu consultório, gordas, doentes e com esperança, o que passa na sua cabeça? Você fica imaginando como será o final dessa história?
'Como se processa isso?"
E a resposta dele foi:
"Cada vez mais eu tento não adivinhar.
Antes eu ia muito longe.
Hoje o imediatismo global, fez com que houvesse uma banalização da cirurgia, ou seja, são poucas as pessoas que realmente chegam “preparadas” para a NOVA vida.
Ultimamente tenho feito uma consulta diferente. Se a paciente tem um peso daqueles não tão significativo e com historia relativamente recente de obesidade, estendo minha consulta para convencê-la que ela não toma nenhum medicamento e que ela engordou a pouco mais de dois anos e que ela deveria tentar assumir as rédeas da vida novamente ao invés de correr riscos e ter que tomar vitamina o resto da vida. Já consegui reverter uns 25% das pacientes só esse ano. Fico bem feliz com isso.
Sou muito adepto à frases de cirurgiões antigos e aqui cabe mais uma delas: O cirurgião demora 10 anos para aprender a operar, outros 5 para aprender re-operar e outros 5 para aprender a não operar. Encontro-me nessa fase.
Mas tem umas sim, bato o olho e já viajo em como ficará em 1 ano - é muito legal isso também!"
É por essas e outras que digo que devemos antes de pensar na cirurgia, pensar em nós mesmos como pessoas em franco crescimento e dispostos a modificar integralmente nossas vidas e na cirurgia como um instrumento poderoso de modificação, mas nunca um milagre que está ao alcance de nossas mãos.
Para finalizar, agradeço ao Dr. Fernando por sua sensibilidade, generosidade, posicionamento ético e por ter escrito este artigo comigo. Obrigada.....

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