Sempre me encarei como uma "gorda saudável", ou seja, não tinha nenhuma das doenças que mais frequentemente atacam uma pessoa obesa : nada de colesterol, nada de glicemia, nada de pressão alta, nada de nada, uma pessoa completamente saudável.
É claro que o gordo ( sim porque é melhor ser gordo do que obeso - a obesidade cai como uma condição permanente, enquanto o gordo pode sempre emagrecer) se engana o quanto pode, pois não leva em consideração uma das leis da física mais importante - a GRAVIDADE - que acaba com seus joelhos, pés, coluna e vai te achatando e deixando cheio de dores, mas completamente saudável.
Pois bem, eu uma "gorda saudável" sempre dizia que quando ficasse doente tomaria um decisão drástica, que nunca soube qual seria.
Sabia de vários médicos que faziam a tal operação bariátrica e sempre li muito a respeito, mas nunca tive coragem o suficiente para encarar os fatos e a mesa de operação.
Eu tenho uma prima - Ana Angélica ( mais que prima - amiga, afilhada, irmã) que se submeteu a essa cirurgia há oito anos e ela sempre se deu muito bem, nunca passou mal, nunca teve nenhuma complicação e eu dizia que se tivesse certeza que seria como ela eu faria a operação, mas queria uma bola de cristal que me mostrasse isso, e como não tinha, me acovardava, ano após ano.
Um belo dia, de não sei qual mês de 2014, uma super amiga minha - Barbara Uemura - chegou com a novidade dizendo que estava fazendo os exames preparatórios para se submeter à cirurgia bariátrica.
Conversamos muito, dei o meu apoio, mas ainda assim a operação não era uma opção para mim.
A Barbara já tinha ido em vários médicos e por fim escolheu para ser seu cirurgião o Dr. Fernando Leal Pereira, de quem falava maravilhas e mesmo assim eu fugia.
Necessário deixar claro que o médico cirurgião acha que nós somos paciente dele, mas na verdade eles é que são nossos médicos. É igual a história do gato, nós não temos um gato, ele é que tem a gente ..... rssrsrs .... Por isso é sempre assim - meu médico.
Minha amiga operou em setembro de 2014, e com 15 dias de operada, nem parecia que tinha sofrido uma intervenção cirúrgica dessa magnitude.
Então, o meu dia de ficar doente chegou.
Um belo dia, no mês de setembro de 2014 minha mãe foi fazer uns exames de rotina e eu fui com ela pois tinha resolvido fazer um exame de glicemia e para meu espanto o resultado, no dia 29/09, foi 200 alguma coisa .....
Nesse dia, olhei para o resultado do exame, olhei para minha mãe e minha decisão foi certeira - mãe, vou operar do estômago.
Minha mãe assustou, conversamos muito, mas nesse momento eu já sabia que tinha tomado a decisão correta.
Na quinta-feira (02/10) tomada de quase-coragem, peguei o telefone e liguei para o consultório do Dr. Fernando Leal Pereira, tendo certeza que marcariam uma consulta para uns 3 meses depois ( o que me daria tempo para digerir minha decisão) mas para meu espanto geral, a consulta foi marcada para o dia 04 de outubro - sábado.
Nesse momento, quase não precisei fazer a operação, pois meu estômago após grudar nas costelas tentou sair pela minha boca. Medo, susto, expectativa, pânico, não sei bem o que senti, mas a decisão estava tomada e precisava conversar com o médico.
Fomos para Presidente Prudente, cheguei no consultório e logo fui atendida ( já foi um ponto positivo - nada de atrasos ).
Entramos, eu e minha mãe, na sala do médico e para meu espanto ele era muito mais jovem do que eu havia imaginado.
Aliás, minha mãe tinha certeza que ele era praticamente um recém-formado.
Mas essa impressão passou logo na primeira consulta pois ele demonstrou uma confiança e uma competência inerente à sua pessoa que nos cativou definitivamente. ( e foi o único médico que consultei - pois a confiança e empatia foram imediatas)
Lembro bem de duas frases que ele me disse logo de cara:
1) Você sabe que vai me odiar, pois vou tirar de você o que mais gosta de fazer - comer .. (posso dizer que essa previsão estava completamente errada, pois a cada gesto desse homem com seus pacientes eu gosto e respeito muito mais a pessoa que ele é).
2) Você está 35 quilos atrasada para fazer essa cirurgia e eu gostaria que perdesse uns 7 quilos para que possamos fazer a cirurgia por vídeo. (nesse dia eu estava pesando 125 kilos).
Saímos de lá com os pedidos de exame e indicações para médicos: endocrinologista, psiquiatra, psicóloga, nutricionista que teriam que dar os primeiros laudos para que a cirurgia pudesse ser realizada.
A Barbara já havia me dito que seria necessário laudos do cardiologista, pneumologista e uma endoscopia.
Bom, ai começou uma verdadeira via sacra - 2 consultas com o endocrinologista ( ele deve ter pedido uns 20 exames), 3 consultas com a psicóloga ( Maria Olivia - uma pessoa sensacional) e uma consulta com a Nutricionista ( Patrícia - que está comigo até hoje) e uma consulta com a Psiquiatra ( muito rígida ).
Eu só sei que em um mês eu fui a mais médicos do que na minha vida inteira.
Enfim, no dia 20 de novembro, voltei ao consultório do Dr. Fernando com todos, mas todos mesmo, exames prontos e neste dia marcamos a operação para o dia 12 de dezembro de 2014, no Hospital Nossa Senhora das Graças.
Peguei todos os exames, fui até a UNIMED de Presidente Prudente, que marcou minha perícia para o dia 28 de novembro.
Fui para a consulta da Perícia e já sai de lá com o parecer positivo do médico perito, pois estava com 118 kilos e um IMC acima de 40.
No dia 01 de dezembro fui até a UNIMED de Dracena, para saber se eles haviam mandado meus exames para a aprovação e para meu espanto a cirurgia já estava aprovada.
Então, até o dia 12 de dezembro, foi só me segurar e continuar obedecendo meus planos e do Dr. Fernando.
No dia da cirurgia eu estava pesando 115 kilos e pronta para ser submetida a uma operação que mudaria minha vida radicalmente.
Bem, essa sou eu em setembro de 2014:
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