Quando negamos nossa situação de doente ou de obeso, como preferir, a Operação Bariátrica parece um bicho de dezenove cabeças que vai nos tirar toda a alegria de viver.
A dependência de comida é tão forte que a simples ideia de não podermos nos fartar até passar mal nos deixa em estado depressivo.
Mas o tempo vai passando, as dores vão começando e as orgias alimentares, além do prazer, nos trazem azias, refluxos, dores de estômago, enfastio, etc.... nada é tão prazeroso quanto antes e ai começamos a pensar de outras formas.
Sem contar que mesmo inconscientemente fugimos do espelho, pois apesar de termos engordados aos poucos aquela pessoa no reflexo, não nos faz feliz. ( pelo menos é exatamente isso que eu sentia)
Eu era fumante e parei de fumar em novembro de 2009, mas nunca consegui parar de comer por livre e espontânea vontade ( como já dissertei longamente em outros posts).
Continuo achando que parar de fumar é mais fácil do que parar de comer, mas assim como tomei uma decisão contra o cigarro, também tomei contra a comida, só que contra essa eu sabia que iria precisar de muita ajuda.
Quando descobri que precisava emagrecer e precisava de ajuda eu fui atrás dessa ajuda e eu sou muito, muito chata nesse ponto. Se eu chego ao ponto de pedir ajuda eu vou obedecer à risca tudo aquilo que me for indicado.
Bom, o início vocês já conhecem, mas dessa vez vou me ater aos atendimentos psicológicos iniciais realizados pela Dra. Maria Olivia Belfort.
Eu nunca tinha ido à uma psicóloga, mas como era necessário uma avaliação desse profissional para que a cirurgia fosse realizada eu fui à psicóloga indicada pelo Dr. Fernando - a Dra. Maria Olivia.
Cheguei no consultório dela com todos os pés atrás, pois não tinha ideia do que iria acontecer e foi tudo muito simples, ela tem o dom de nos deixar à vontade enquanto vai nos despindo
( psicologicamente falando é claro ... rsrsrsrsr).
Foram 03 sessões e ela me liberou para fazer a cirurgia.
O meu processo de preparação foi relativamente curto, pois foram somente 68 dias entre a 1ª consulta e a operação.
Como já disse acima, tudo o que me foi mandado fazer eu fiz, do jeitinho que o médico e a nutricionista - Patricia - indicaram.
Também para conhecer melhor essa nova vida entrei em alguns grupos do Facebook direcionados à reeducação alimentar de pacientes bariátricos.
Esses grupos a meu ver são super válidos, pois você se depara com experiências das mais diversas, desde as mais doidas até as mais legais.
O que me impressiona muito nesses grupos é que poucas pessoas se submetem a tratamento psicológico e na minha visão esse acompanhamento é extremamente necessário para que possamos nos reconhecer nessa nova realidade.
Sim, após a cirurgia, nós vivemos uma realidade completamente nova.
Em primeiro lugar várias pessoas não nos reconhecem, nem física nem psicologicamente.
Em segundo lugar, por diversas vezes nós também não nos reconhecemos, hoje por exemplo, eu olhei para o meu braço e pensei que estava olhando o braço de outra pessoa, pois estava muito magro, então essa adaptação é difícil e cruel.
Em terceiro lugar, todo mundo vira seu fiscal - e sempre achando que seu prato é maior do que o necessário para seu estômago minúsculo.
Em quarto lugar, e última (pelo menos nesse post) uma mudança que poucas pessoas se permitem viver - após a cirurgia temos que nos preocupar menos com os outros e mais conosco.
Pensem bem, nossa vida tem que ter muitas regras que antes não existiam - temos que comer na mesa, temos que mastigar muito a comida, levamos meia hora para comer 6 colheres de sopa de comida, temos que comer de 3 em 3 horas, temos que fazer exercícios, enfim nosso tempo tem que ser muito bem utilizado, pois gastamos muito tempo com a gente mesmo.
E não esqueçamos que temos que separar um tempo para nosso tratamento psicológico, eu por exemplo tenho duas psicólogas, uma que me acompanha na minha cidade, Dracena - Dra. Léa Maria Vieira e outra - Dra. Maria Olivia Belfort (Presidente Prudente) da equipe do Dr. Fernando que visito mais espaçadamente, mas as duas me completam e me auxiliam de forma incondicional na Apropriação do Meu Processo de Mudança.
Por isso e muitas outras coisas que ainda serão ditas em outros posts é que é extremamente necessário que nos apropriemos do processo de mudança, ou seja, temos que acreditar em nós, na nossa capacidade e criar oportunidades para que tudo flua de uma maneira que seja prazerosa e nos faça ser feliz em todo o processo de mudança e emagrecimento.
Muito obriga Léa e Olivia por estarem caminhando essa estrada comigo ....
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