Quando terminei o último post sobre a operação eu estava na UTI ( era sábado, dia 13 de dezembro de 2014).
Após a constatação de que eu estava tendo uma hemorragia e meu rim não estava funcionando satisfatoriamente, começou uma romaria de pessoas me picando para tirar o meu sangue e realizar os exames necessários ( que de verdade não tenho ideia de quais eram - só sei que precisavam achar minha veia para tirar sangue).
Então, achar veia e tirar sangue se tornou uma tarefa completamente hercúlea, pois elas simplesmente resolveram desaparecer.
Enfim, vamos do começo.
O Dr. Fernando resolveu que iria esperar para ver se conseguia não me submeter a nova cirurgia e neste momento eu tinha uma agulha enfiada na minha mão esquerda, por onde passava o soro para me hidratar, já que depois da cirurgia qualquer golinho de água pode ter consequências catastróficas ( fistulas e outras coisas).
O Fernando deixou as prescrições para os exames a serem efetuados e fiquei na companhia dos Anjos da UTI do Hospital Nossa Senhora das Graças.
Logo após era horários de visitas (11:00H da manhã) e minha Mãe e minha Tia Lola vieram me visitar e como eu estava aparentemente bem, foram embora até que sossegadas.
Após a visita começou a romaria para tirarem meu sangue e ai começou tudo.
Minhas veias decidiram por bem que iriam dar uma voltinha, porque ninguém conseguia achá-las.
Vinha um, vinha outro e mais outro, até que dentre as tentativas de achar a tal da veia para tirar sangue a agulha que estava na minha mão esquerda saiu da veia e então eu fiquei não só sem veias para tirar sangue e fazer exames, mas também sem entrada de hidratação e sangue ( lembrem que eu estava tendo uma hemorragia e portanto precisava repor sangue).
Bom, isso tudo aconteceu por volta das 13:00H e ai .... Eu ia dizer neste momento que comecei a ficar preocupada mas não seria verdade, eu estava sendo tão bem cuidada pela equipe de técnicos e enfermeiros da UTI e pelo Dr. Arnaldo e claro pelo Dr. Fernando que sabia que alguma solução seria encontrada.
Então, primeiro veio o Dr. Arnaldo, tentando pegar uma veia, artéria, seja lá o que for no meu pescoço ( e para isso eu precisava ficar de ponta cabeça ) e quando colocavam a cama na posição necessária ( eu de cabeça para baixo) eu entrava em pânico e tinha ânsias de vômito - condição que o impossibilitava de trabalhar.
Em segundo veio o Dr. Fernando e então eu relaxei, sabia que daria certo - não deu, ele tentou entrar com um agulha pela minha clavícula e depois de me furar várias e várias vezes chegou à conclusão que meu osso era completamente fora de padrão ( muito grande ) e que às cegas ele poderia furar meu pulmão, provocando um dano bem maior do que o que se apresentava naquele momento.
Bom até esse momento eu tinha levado tanta picada que se pudesse tomar água eu viraria um chafariz ..... rsrsrsr, mas brincadeiras à parte, diante da dificuldade de achar minhas veias o Fernando resolveu chamar uma anestesista ( médica especialista em achar veia).
Veio a anestesista - Mariana Takaku, e tentou achar a veia no meu pescoço, no meu braço e no fim conseguiu pegar uma veia no meu pé.....
Neste momento, enquanto a anestesista trabalhava eu só enxergava o Dr. Fernando, de braços cruzados, semblante sério acompanhando tudo .... e só podia agradecer pela sua presença tranquilizadora neste momento tão difícil.
Felicidade total - eu tinha um local por onde poderia entrar tanto o soro para hidratação ( eu já sentia o ressecamento dos meus lábios ) e do sangue.
Sei que neste momento era por volta das 17:00H porque novamente era horário de visita e quando minhas "Anjas" ( Mãe e Tia) vieram me visitar o Dr. Arnaldo foi logo dizendo que aquela agulha no pé não ia durar muito, imagina só o "banho de água fria" que eu levei nesse momento só de imaginar todo mundo me picando de novo .... pois bem ......
Por volta de 30 minutos após a premonição do Dr. Arnaldo o que ele disse realmente aconteceu, no momento que foram aplicar um medicamento na veia algo aconteceu, porque enquanto o medicamento entrava eu gritava de dor.... Veio todo mundo correndo e lá estava a agulha tinha escapado......
Vem o Dr. Arnaldo, tenta novamente pegar uma veia no meu pescoço, mas nada, eu até estava mais calma e uma técnica de enfermagem que estava lá naquele momento conseguiu me acalmar para ele realizar a tentativa que novamente foi infrutífera.
Enfim, já estava completamente cansada e desanimada, sem saber o que ia acontecer, dormindo e acordando ( de tão cansada que estava) quando chegou o Dr. Eduardo Balizardo dizendo que o Fernando ( e que ele só estava ali no sábado às 19:00H porque o Fernando que havia pedido) pediu para que ele dissecasse uma veia minha ( ou seja, ele iria abrir o meu braço, procurar uma veia e colocar uma agulha).
Por mim, naquele momento ele poderia cortar até minha barriga que eu não ia ligar, só queria que parassem de me picar.
Mas, o Dr. Balizardo antes de dissecar a veia pediu para me picar mais duas ou três vezes para tentar pegar uma veia no pescoço e claro que eu deixei, para quem já tinha sido picada o dia inteiro não iria fazer muita diferença.
E lá foi o todo o procedimento novamente, me deixaram de cabeça para baixo e lá veio a técnica de enfermagem novamente me acalmar e distrair, enquanto o Dr. Balizardo procurava uma veia no pescoço e então eu ouvi a frase mais linda do dia - ENTREI, AGORA PODE COLOCAR O QUE QUISER QUE VAI DESCER IGUAL MANTEIGA.... e nesse momento eu soube que tudo ia dar certo.
Ao responder a pergunta do Dr. Arnaldo o Dr. Balizardo disse que tinha conseguido entrar em uma veia que chama Inominada ..... rsrsrsr ...... (também não sei que veia é essa).
Bom após ter encontrado a veia e ter colocado o Intracath, colocaram para "correr" o soro ( nem sei quantos litros) e que eu me lembre eu recebi 3 bolsas de sangue, uma atrás da outra e logo estava completamente recuperada.
O Dr. Arnaldo, após estar tudo bem, me disse que eu estava de parabéns e que era uma pessoa muito forte, pois se fosse ele tinha estressado com todo mundo .... rsrsrsr
E eu penso que não sei se sou forte ou resignada, mas na realidade é que o tempo todo eu confiei muito na equipe que estava cuidando de mim, principalmente no Fernando, que não poupou esforços para me manter calma durante todo o procedimento.
Bem, foi assim, o meu dia após a cirurgia, nem senti muito a falta de água, pois estava bem preocupada com outras "coisinhas" que estavam acontecendo.
Para terminar esse post quero agradecer às seguintes pessoas: Dr. Fernando Leal Pereira, Dra. Mariana Takaku, Dr. Eduardo Balizardo, Dr. Arnaldo e sua equipe maravilhosa da UTI do Hospital Nossa Senhora das Graças .....
Enfim, sim eu faria tudo de novo, mesmo se soubesse de tudo que iria acontecer......
o pré - operatório
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